Peça Jardim Ilusão – Adaptação de “Todos eram meus Filhos” de Arthur Miller.
Jardim Ilusão no Festival de Curitiba 2014
Vamos falar de teatro?
O Festival de Curitiba é um evento grandioso, referência para as artes cênicas do Brasil e conta com a apresentação de diversas peças teatrais inéditas, adaptações e reproduções.
O evento tem apoio do Ministério da Cultura, auxiliando na propagação de conteúdo cultural de qualidade para seu público, além de ser uma excelente mostra de novos e talentosos atores e diretores de diversos estados do Brasil.
Neste ano de 2014, o Festival de Curitiba estará em sua 23° edição e contará com a apresentação da peça Jardim Ilusão – livre adaptação de Arthur Chermont sobre o texto Todos eram meus Filhos, de Arthur Miller.
Artistas. Mais do que atores, pintores, designers, bailarinos, escritores. Mais do que um bando de malucos, expressivos e conspirados nas teorias que giram o mundo. Estão espalhados em montes por aí seguindo até as mais caretas das profissões e apresentando os mais sensatos dos comentários. E, ó, ainda assim são facilmente destacados por entre a multidão.
Como reconhecê-los? Levam um soco no meio do estômago e fazem disso uma inspiração – isso antes mesmo de se recuperarem por completo. A vida em seus momentos traiçoeiros lhes oferece um buraco. Não, ninguém escapa da queda – são artistas e não seres de outro mundo. Caem, tropicam e são empurrado para o fundo do vão, entretanto, tem o lema de que quanto maior a queda proporcionalmente será o impulso que os trará de volta à cena.
No pulmão não tem isso de inspiração-expiração. Ficam apenas com a primeira etapa. Nas coxias, no backstage, no ateliê, no palco e até mesmo quando as cortinas vermelhas se fecham. Lampejos incansáveis, pode apostar.
Artistas se curvam em agradecimento aos abalos sísmicos pois sabem que precisam deles para extrair as mudanças na rotação da Terra. Insights! Precisam da chuva para que o céu volte a ficar limpo; basta um toque – cheio de dom – de aquarela e o céu acinzentado volta a ser anil. Um pouco de poesia e logo a dor volta ser amor.
Caem na pirueta de uma volta para que nas próximas os giros saiam perfeitos. Entendem que as lágrimas foram feitas para fazerem uma faxina completa na alma e que, se a dor tá ali é porque ela tem uma necessidade grotesca de ser sentida. Fazem do seu pior aquilo que de melhor sabem fazer: Oras, arte!
É aí então que eu peço: Só não nos julgue por nossos dramas, exageros e toda essa nossa tendência à nostalgia. É isso que nos dá essa pinta de artista. É que, nós escolhemos ignorar as vaias e, em troca, ouvirmos em bom e alto som os inúmeros aplausos.