Feminismo. Igualdade social, política, econômica e educacional de gêneros. Em alguns países, meninas não têm o direito a educação básica apenas por serem meninas. Hoje, 31 milhões de meninas estão fora da escola e dois terços dos adultos analfabetos são mulheres. As consequências são imensuráveis.
She Believed She Could So She Did
Assim, a empresa She Believed She Could comercializa braceletes com a poderosa citação “She believed she could, so she did” – ou “Ela acreditava que ela poderia, então ela fez” – com o intuito de emponderar mulheres ao redor do mundo. O melhor é que parte da venda destes braceletes, U$5 dólares para ser exata, é revertida em doações para instituições que apoiam e possuam planos acionáveis a educação das mulheres em países subdesenvolvidos.
Recebi um destes braceletes no finalzinho do ano passado para poder contar para vocês sobre esta ação da marca e incentivá-las a compra-los na versão em prata ou dourado para ajudar a criar esta comunidade global de emponderamento feminino. Os braceletes custam U$2o dólares e, como já comentei com vocês, U$5 dólares da compra são revertidos em doações. Para adquirir os braceletes vocês podem acessar o site da empresa clicando AQUI. Eles enviam as peças para o mundo inteiro em até 24 horas após a confirmação do pagamento.
Comprando os braceletes ou não, a ideia é sempre acreditar em si mesma, acreditar que você pode fazer o que quiser, ser aquela que sempre desejou ser. Mais do que isso, a ideia aqui é apoiar outras meninas a também alcançarem seus objetivos, serem emponderadas e a lutarem por seus direitos. Juntas somos mais fortes!
Assim como a Zooey, eu espero que vocês curtam as pautas feministas que vão começar a pipocar aqui no blog a partir de hoje. Sim, sim, sei bem que sempre dou o meu toque feminista nos textos do VT, mas quero falar disso com mais abrangência por aqui da mesma maneira que defendo o movimento nas outras redes sociais e, claro, no meu dia a dia.
Bom, 2015 foi definitivamente o ano em que o movimento feminista gritou, se espalhou e fez com que as veteranas no assunto se sentissem orgulhosas do árduo trabalho. Mas, dois mil e quinze, século XXI e ainda tem muita menina por aí que define o feminismo como um movimento radical, como secundário diante de tantos problemas sociais e que, infelizmente, não entende como as ideias e mulheres feministas já salvaram a sua e a nossa pele de inúmeras maneiras. Para começar então, minha única intenção aqui é, sem forçar ou impor nada, apenas mostrar para você – leitora linda que talvez não se considere feminista – que na verdade você já está incluída no movimento antes mesmo de se dar conta. Aceita o desafio?
5 INDÍCIOS DE QUE VOCÊ É FEMINISTA:
1 – Você sempre achou estranho não poder andar na rua sozinha, não apenas pelo medo de ser roubada, mas por um medo ainda maior e que causa ainda mais traumas: medo de ser violentada sexualmente.
Mais do que isso você já se sentiu incomodada por ter que pensar três vezes antes de escolher uma roupa e sair de casa: “Poxa, mas se eu usar top na academia vão mexer comigo!”; “Se eu usar saia curta vou ter que ouvir cantadas esdrúxulas na rua”; “Se eu usar decote vão me assediar”. A questão fica pior ainda quando você percebe que está de calça comprida, de blusa de manga longa e continua ouvindo absurdos por onde passa. É aí que você, minha amiga, acaba se perguntando se a culpa é realmente da roupa ou se estamos inseridos em uma sociedade doente e seriamente contagiada por preceitos sexistas.
2 – Você sempre desejou – ainda que secretamente – que os padrões de beleza fossem extintos. Por que preciso ser magra para ser bonita? Por que minha barriga flácida precisa de reparos para que eu me sinta à vontade de biquíni? Por que preciso constantemente alisar meu cabelo crespo ou encaracolado? Por que as minas das revistas de moda e beleza parecem ser sempre mais bonitas que eu e as garotas do meu círculo social? Por que a pressão dos padrões de beleza é mais cruel com as mulheres?
Além disso, você nunca entendeu o porquê dos comerciais de cerveja, das novela e dos programas de domingo objetificarem as mulheres como se todo o seu conteúdo intelectual não importasse tanto quanto o masculino; como se suas vozes e ideias não merecessem o mesmo espaço. Eles te fazem comprar o estereótipo da mulher que é linda dentro dos padrões, mas que não tem autonomia, não tem autoridade nem sobre si mesma, não tem escolha e que precisa apenas da aprovação do sexo oposto para ser feliz e bem resolvida. Eu sei, eu sei, não faz sentido!
4 – Você nunca entendeu o motivo pelo qual aquele cara – que tem a mesma formação e ocupa o mesmo cargo – ganha mais que você ou que aquela outra colega de trabalho. Mas ambos não executam as mesmas tarefas? Não trabalham pelo mesmo horário? Não são ambos capazes e dedicados? Pois é… ( Dá só uma olhada neste texto pra provar que eu não tô exagerando nos exemplos! :[ )
5 – Por fim – neste post, senão ficaria horas escrevendo aqui – você sempre soube que estupro e vários outros tipos de abuso contra as mulheres não são culpa, em nenhuma hipótese, da vítima. Você sempre soube que qualquer tipo de ato sexual sem consentimento é errado, é nojento. É crime! Animais agem através de instintos, homens agem através escolhas.
Você e eu sabemos que a culpabilização da vítima abre automaticamente uma defesa injustificável ao agressor e isso é mais uma vez uma consequência da falsa ética de uma sociedade patriarcal e prova de que, para algumas dessas pessoas que ainda moram no século passado, tratar o corpo feminino como algo público é ok. Machuca, né?
Se você sempre -´ou de uns tempos pra cá – acreditou nas sentenças acima, amiga, você é uma feminista, goste você da palavra ou não. Aliás, todo este mito em torno da palavra e significado de feminismo também é consequência de uma sociedade sexista, assim como todos os machismos que continuamos reproduzindo diariamente por estarem inseridos dentro daquilo que uma vez foi dito como normal. Não, não é sua culpa! A desconstrução é difícil, porém necessária.
Feminismo não é o ódio aos homens e nem o ódio às mulheres que se encaixam nos padrões de beleza impostos pela mídia. O feminismo não discute as diferenças biológicas entre os sexos. Feminismo não é um ato radical e tampouco exclui indivíduos. Feminismo não prega privilégios, prega direitos sociais, econômicos e políticos. O feminismo é apenas a defesa da igualdade de gênero. Parece utópico, né? Mas a gente chega lá.
Hoje podemos votar, podemos estudar e trabalhar fora de casa. Vale lembrar que nem sempre foi assim e ainda não é assim em alguns países – a realidade é cruel, violenta e mata. A questão maior é que apesar dos anos de luta e dos direitos adquiridos, ainda não temos igualdade e isso é algo bem fácil de se perceber no dia a dia – vide as sentenças que você acabou de ler e apoiar logo acima.
Então, se você chegou até aqui, nada mais justo que eu te convide a se livrar de todos os conceitos pré-estabelecidos e tabus em torno do feminismo e apenas defender tudo aquilo que você sempre acreditou, mas também sempre teve medo de pronunciar em voz alta.
Carnaval está logo aí e com ele as marchinhas, os bloquinhos, os desfiles e as micaretas. Junto com tudo isso estão também os beijos forçados e a falsa impressão de uma sociedade machista que pressupõem direito sobre o corpo feminino. Não deixem meninas! Apoiem e passem adiante a campanha da Agência Misto com a ONU Brasil divulgando nas redes sociais com a hashtag #ChegaDeMachismo. Celebrem o amor no Carnaval, mas apenas se for sem violência e com seu consentimento.
Lembrem-se: O corpo é seu, assim como suas escolhas.