Teus olhos. Semi Cerrados. Quase verdes; muito castanhos; e em um tom acinzentado.
Teus olhos de cor própria e exclusiva. Cor-de-sono. Já te contaram que meus dias giram de acordo com a sonolência dos teus olhos? Sempre eles, sempre estes.
Gosto quando por fechar, antes de dormir. Sempre eles, sempre estes olhos dorminhocos. Mais meus do que teus.
Que eles nunca se cansem de me fitar. Cê sabe do que eu tô falando. Quando estou distraída e quando me desespero. Teus olhos são calmos.
Enquanto me dispo e enquanto me troco. Estes perversos. Cê sabe…
Quando cruzam com os meus, sempre arregalados sem perder nenhum suspiro. Quando espelham o reflexo da minha inocência e quando piscam em busca de respostas.
Eles. Teus olhos em tons de verde; quase cinza claro. Num tom de castanho intenso. Teus olhos de cor própria e exclusiva. Cor-de-limonada.
Que o nosso “para sempre” dure apenas o tanto indicado no prazo de validade. Não precisamos mais do que isso. Mas, teus olhos, cê sabe, quero sempre mais uma mirada. Encare meu sorriso que hoje é só teu. Se abre de orelha-a-orelha enquanto os teus olhos se fecham de um canto para outro.
Apesar do que foi e além do que vier, aqui estou eu, escrevendo sobre teus olhos sonolentos. Hoje. Depois do que passou e do que nunca mais será. Durante esta madrugada. Mais uma vez.
(Autor: Mainá Belli)
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