As coisas que eu guardei de você, a sete chaves para que entre toda essa bagunça que sou eu não corra o risco de se perder. Todas as mínimas, pequenas e detalhadas coisas que eu guardei.
Guardei o ingresso do show e a cor do seu tênis. O desenho estampado na sua camiseta e o guarda-chuvas de bolinhas.
O beijo na varanda. A sua mão em mim multiplicando-se em mil. Eu fiz o mesmo. Guardei o nome e a doçura dos gatos que se enrolavam entre a gente durante aquele abraço. Gostava da textura do seu cabelo, tá guardada também no camarote.
Ficou guardado para sempre as novas experiências e aquilo que eu nunca antes tinha feito. O quanto eu fiquei sem jeito e a sua cara de espanto no reflexo do espelho.
Guardei tua frieza e o meu cinismo. Tua compreensão e a minha inocência. Teus sumiços e a minha falsa indiferença. Tua decisão de não ficar e eu fingir nem me importar.
O tempo que eu disse ter perdido; não foi perdido, eu guardei.
Ainda tá tudo aqui no meu quarto. Antes em cima da cômoda, para todos que quisessem ver. E agora dentro do baú no fundo do armário, para que eu evite falar sobre as memórias e toda essa tendência de me prender ao que me remete à você. Claro, às vezes eu falo ou escrevo, tipo agora para ficar documentado. Daí eu volto e guardo. Meu amor, você nem imagina tantas as coisas que eu guardei.
Comente com o Facebook