Exagero e intensidade sempre foram algo muito nosso. No beijo, na briga, no toque, na mágoa, no sim e no não. No te quero e no não te quero mais. Nas palavras mais bonitas ditas sem pensar e nas piores ofensas sem medo de machucar. Foi assim no meio e que seja assim no fim. Sem um adeus, sem uma palavra, apenas rumos diferentes que nunca mais vão se cruzar. E eu disse nunca mais.
Cada um dos te amos ditos vamos engolir. Sem água, descendo seco pela garganta para arranhar. Palavras doem quando ditas na mentira. Andei vinte passos à sua direção na esperança de uma explicação sobre toda essa bagunça. Pra que me bagunçar? Pra que pegar tudo que batia dentro de mim e virar do avesso? Voltei não os vinte, mas outros trinta e sete passos e conti a minha ânsia em falar. Apenas escrevo na esperança de que você nunca leia isso para que você não volte mais uma vez, como já era de costume entre a gente.
É que dava até para tirar um coelho da cartola com toda aquela mágica entre a gente. Hoje em dia não se faz nem truquezinho de baralho com ela. E como no começo todos torciam por nós e no fim todos diziam para fugir disso tudo o mais depressa possível. Eu parei de contar os passos que percorri no instante que comecei a chorar, mas sei que andei longe o bastante para que não fosse perturbada, já que, por onde eu passo teu nome é nome proibido. Fui eu que decretei a lei.
Mainá Belli
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