Desde o início da minha vivência acadêmica escuto alguém bem instruído dizer: “Nunca saia de casa sem um bloco de notas”. Quando cursei moda meus professores da faculdade diziam que, se gostarmos de algo como referência imagética para futuras coleções ou inspirações e não pudermos, por ene motivos fotografá-las, deveríamos sacar o bloco de notas de papel e um lápis da bolsa e descrevê-las ou então, obviamente, desenhá-las.
Nos cursos de Jornalismo não foi diferente: Teve uma ideia? Bloco, caneta, palavras-chave, insights. Sem contar o tal do brainstorm que é regra essencial para qualquer um que exerça uma profissão que exija criatividade.
Eu, que procuro normas de organização para não me perder por entre as horas vagas, cumpri muito bem meu papel de boa aluna: tenho meia dúzia de blocos de notas desenhados e rabiscado com garranchos. Aqui uma nota mental sem talvez tanta importância: Organização no âmbito profissional é a organização que devemos obrigatoriamente manter. Fora isso, pessoalmente, meu armário é uma bagunça assim como minha vida amorosa. Escrevendo esse texto lembrei-me também que já são 16h e minha cama ainda esta por fazer e os pratos do almoço por lavar.
Se hoje eu cruzasse na rua com algum desses profissionais que me incentivaram ao uso de cadernos para anotações, depois de agradecer-lhes, daria também um humilde conselho: Além destes blocos de notas manuais providenciem também – e imediatamente – um em versão digital.
Digo isso porque há aproximadamente um mês e meio, quando criei a disciplina de escrever diariamente nesse blog e de começar um livro de crônicas, percebi o quanto essas anotaçõezinhas digitais têm me ajudado. É que as inspirações mais legais acontecem justamente em momentos que o papel e a caneta viram obsoletos. Assim, antes de pegar no sono quando as luzes estão apagadas e até mesmo de madrugada. Durante o banho – sim, levo meu celular para o banheiro, enxugo as mãos, escrevo e volto pro chuveiro. No metrô, indo pro trabalho ou curso; a ideia vem, o celular já tá na mão e eu só vou e digito. Durante uma conversa com minhas amigas; finjo que estou checando o WhatsApp mas na verdade nossas fofocas viraram tema para um texto.
Essa rotina têm me causado bons frutos e inspiração não tá faltando; contei e tenho cinquenta e sete dessas notas no meu celular com frases, trechos, parágrafos, metáforas e metonímias vindas diretamente dos meus sonhos. Bendita tecnologia!
Apenas escrevi esse texto porque fiquei tão viciada que ontem abri meu bloco de notas do celular e digitei: “Lembrar de escrever um texto sobre a importância dos blocos de notas digitais”. Redundante?
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