Um ruído no assoalho de madeira. Tec tec.
Fiquei por ali. E o seu sorriso branco, amarelado daquela vez que me viu. Daquela que não sorri.
Mas em semanas são só catorze. Parece pouco, se dependermos das cinquenta e duas horas da semana. E eu dependo.
Um ruído. Daquela vez em que acordei com um bar inteiro no estômago e um fígado meia-boca. Meia-boca semi-aberta cuspindo onomatopeias.
De dentro para fora e dos lobos uma matilha. Manilha, Zap e TRUCO! De três, de seis e de novo! De novo nós dois sem sabermos por onde deixar vestígios.
Um ruído que corroía o assoalho de madeira. Tec tec no chão da biblioteca da praça central. Seu par de Vans substituído pelo barulho de um sapato social.
Fiquei por ali, no silêncio ensurdecedor do seu ruído de vibrações inaudíveis. Por ali. Naquela vez em que não sorri.
(Autora: Mainá Belli)
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