Não eram mais borboletas no estômago. Era apenas um soco bem no meio dele.
Ouvir sua voz já não causa o mesmo tipo de arrepio, ela apenas me dava medo. Medo que você pudesse admitir o que eu não podia.
Admitir que acabou e que Novembro não pode voltar.
O fim é frio e simples, te juro. Um curativo que promete curar o incurável. E ele cumpre muito bem seu papel.
A sintonia. Não preciso explicar pra ninguém. A gente lembra e isso basta.
A adrenalina. Certamente foi real ainda que ninguém acreditasse. Mas a gente sabia e isso basta.
Eu parei de tentar entender cada gesto, cada sumiço, cada palavra. Você é indecifrável.
Você não tinha tempo pra ler nas entrelinhas. “A vida curta”, você dizia. Eu também sou indecifrável.
Sua ausência me dá medo. Sua presença me apavora. Já não estamos em Novembro.
Te ofendi um trilhão de vezes só pra te dar um motivo pra não ficar. Ainda que eu quisesse isso. Queria que ficasse pra sempre.
Desculpas não te levaram para a próxima fase. Entende?
Diz que não quer. Não pede pra eu ficar, eu não posso. Nem você. Uma máquina do tempo não levaria a gente de volta àquele nosso momento.
Terão outros Novembros, dezenas deles. Mas em nenhum deles você dividirá espaço com os meus, ainda que eu suplicasse. Serão lembrados em Universos paralelos. E linhas paralelas não se cruzam…..talvez no infinito?
Porque Novembro não pode voltar, mas eu tenho levado um pouco dele em cada mês que venho caminhando.
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